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Não há tempo

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Estou esgotada do tempo. Do tempo que me leva, que não traz e que não aparece. Do momento não tido, da vida passada, do tempo não reparado. Da vida tão sem tempo. Dos horários marcados, da digital registrada, do banco de horas, da vida passada. Existe banco de horas para a vida? Existe banco de horas para viver? Quantas horas sobra para eu me ter? Estou apavorada com o tempo. De tudo que passou, das coisas que não vieram, das coisas que vieram até demais, do tempo corrente, das mudanças do tempo. Da vida sem tempo. Do tempo todo estar com mais medo. Do tempo todo exigir cada vez mais de mim e pouco do meu ser. Estou assustada com este novo tempo. Com pessoas preocupadas com tempo e eu contando o tempo. A vida depositada em 24 horas para durar. Em semanas para aproveitar, em meses para descansar e anos para sonhar. Não há tempo! Não há horas para durar, nem semanas para aproveitar, muito menos meses para descansar e anos para sonhar. A vida é um susto. O tempo é amargo. Não há tempo