As circunstâncias atuais nos levaram até aqui por escolha. Diante de tudo isso, é estranho e até amedrontador pensar que fomos nós mesmos que escolhemos TUDO, de fato, as coisas que acontecem em nossa vida. Absolutamente tudo! A todo momento decidimos, escolhemos e seguimos. Plantamos e colhemos. O poder que isso gera em sua mente racional, não se encaixa. E você nunca foi ensinado a ser tão poderoso assim. Por isso, fugimos muitas vezes da responsabilidade da nossa vida e colocamos terceiros como os vilões malvados da nossa peça da vida, ou como um salvador messias que veio dos céus. Ou também nos enchemos de orgulho por aquilo que conseguimos e esquecemos de dividir e agradecer pelo que almejamos. Porque, afinal de contas, ninguém vive sozinho. Ainda existe, e sempre vai existir no meio disso, uma colaboração dos céus e entre nós.

É ainda mais triste, quando sabemos de tudo isso e ainda por força do hábito, continuamos a causar desconforto para nós mesmos e para os outros. Acredito que tudo que vem para nós é para uma lição. Seja essa uma experiência com situações negativas ou positivas. Tudo acontece como deve acontecer e somos nós mesmos que escolhemos cada lição, missão, caminho que estamos percorrendo e que vamos caminhar. É tudo nosso. Porém, nada também nos pertence. E é ai que entra todo o paradoxo da vida aqui nesta plataforma e condições que vivemos.

Sabendo de tudo isso, sair dessa zona de conforto ensinada, para ter um encontro total consigo mesmo é um passo enorme! Ver cada pedaço, cada ação, cada palavra, cada pensamento e tudo. Você surta. Dói. Dói enxergar em você coisas que você também criticava. Dói saber que você é uma pessoa arrogante, mesquinha, egoísta, falsa, mentirosa e com um forte sentimento de ser incapaz. Dói tanto ver essas sombras, que muitas vezes a gente pensa em desistir. Parece que é uma coisa sem sentido. Você busca uma perfeição exigente de si mesmo, mas continua ainda cometendo erros e negando suas sombras porque assim é mais fácil de usar seu próprio remédio dramático. Para fugir. Fugir de si. Para não ser "culpado".

E acreditando tanto em sintonias, sincronicidade, hoje recebi e ouvi uma mensagem canalizada de Pachamama sobre essa situação que estamos vivendo. Falava sobre tudo isso. Sobre essas sombras que estão agora vindo a tona e que precisamos, por fim, assumir as responsabilidades da nossa vida e enxergar de uma maneira diferente nossos irmãos, familiares, amigos, a natureza, a forma que vivemos enfim. Compaixão. E uma coisa que não estava sendo clara para mim, é que agora não é só ter consciência sobre suas ações e como elas resultam no todo, mas sim agir para que com isso, saia uma nova forma de ser. Mesmo sabendo que sendo, a gente aprende MUITO mais do que tentando ser. Parando de tentar controlar essas sombras, de fugindo de si mesmo. Integrar para iluminar!

Dói saber sobre sombras porque geralmente, ou quase sempre, nunca estamos dispostos a aceitar que não somos tão bonzinhos assim. Que existe dentro de nós essa característica humana da dualidade que está aqui na Terra. "Quanto mais luz entrar, mais sombra vai existir." Então, deixa a luz entrar. Deixa a consciência entender. Não é fácil. É doloroso! Porém, o Anjo Dor, como falado na mensagem canalizada, é um eficaz professor. E integra! Aceita. Colhe. Com coragem... com auto responsabilidade.

Quando digo sobre dor, foi porque estive a minha vida toda tentando, sabendo da existência das minhas sombras, mas tentando forçar na minha mente que elas não existiam. E que era assim e pronto! Ou na maioria das vezes, me criticando tanto, me julgando tanto... que surgia uma angústia profunda. Como se eu só estivesse vendo esse lado mais sombrio de mim mesma e dando muito mais peso a ele, do que as coisas consideradas boas na minhas perspectiva. Equilíbrio!

Como disse, as sombras existem e não vão deixar de existir! Elas estão aqui, vivem dentro de nós. A cada ato de julgamento, a cada palavra que machuca, a cada ato de egoísmo, a cada falta de empatia, a cada falsidade cometida, mentira, etc. Elas estão aqui. Como Pachamama disse, deixa sair, deixa vir para luz. Deixa estar consciente. Na aceitação, a dor passa. E as sombras param de ter peso e lhe ensinam. Sobre você, sobre a vida, sobre tudo. Não julgando a sombra do outro, consigo ver em mim o potencial de ensinamento. Consigo ser mais justa, principalmente comigo. Enxergando a sombra, consigo entender a necessidade de me importar, a necessidade de que o orgulho e o auto centramento não me valem. Estar sempre certo não é uma forma de viver saudavelmente. É cansativo. Não para a mente egoica, mas para o coração mesmo. O ego adora estar certo. O coração só segue o fluxo. Vive. O perdão, a perda, a empatia, o amor.

Mas perdoar a si mesmo sem uma grande dor é o que estou aprendendo. Acredito que todos deveriam fazer o mesmo. Sair do peso do ódio que vemos atualmente. Sempre fui adepta da autoflagelação mental sem dó e sem precedentes. Mas como falei, por anos escolhi o caminho e algumas lições mais difíceis que deveriam vir exatamente como vieram. E ta tudo bem... O que importa é entender que essa sombra interna precisa ter a sua atenção. Precisa ser olhada. Precisa ser perdoada. Só que dessa vez, com amor e muita compaixão.

Isso também é auto responsabilidade. Isso também é uma forma de amor! A gente aprende a perdoar, quando nos perdoamos. A gente aprende a amar, quando nos amamos. E esse poder todo de escolha me fez decidir não mais me machucar internamente por conta de um erro. Por conta dessa sombra que foi "excluída" do role. Que agora as chamo simmm! Quero conhece-las. Quero saber de onde vieram. Quero enxergar nelas a sua própria luz do entendimento. Tudo, nos servem de experiência... De aprendizado. E estamos aqui para isso, lapidar o nosso cristal interno. Lapidar o nosso ser.

Deixar ser mais leve, a partir do momento que vemos a leveza. Em nós, primeiramente, e depois nos outros. O externo não deve definir o que passa ai dentro. Sempre foi de dentro para fora. E saber do poder misericordioso que tenho, de todo amor que tenho e aprender a lidar com tudo isso é empolgante. Me um certo medo, mas muito mais coragem. De que posso coisas também maravilhosas, a partir do momento que me integrar, me conhecer, apenas... SER!