Alma em suplício
Não há nada pior que o vazio. Não há nada pior do que se enxergar e ver nada. Ver alguém incompleto, cheio de buracos e com um completo sentimento de vazio. Não há nada pior para alguém como eu que sempre senti mais do que deveria. Que sempre esperei mais do que devia. Não há nada pior do que não ter nada e fingir um semblante. Engolir os suspiros de tristeza e não ter mais brilho no olhar. Não há nada pior! Hoje o que eu vejo é um traço reto. Uma linha que tem uma marca para acabar. Um caminho destroçado por mágoas. Ter demais é ter um dia nada. E o demais veio, assim como o nada. Nada mais me comove ou me deixa consistente. O que me constrói é a certeza que tudo pode ser nada e que a vida é assim. E sempre será. Se as viagens, os amores, os objetivos me completassem o tempo suficiente para não ter mais crises. Não ter o desespero do aperto. Não ter a angústia do medo. E as vezes nem o medo me faz mais presente. Apenas que isso não vire rotina, como virou aquele dia. O dia que pe