No casulo das emoções
Estou neste casulo minúsculo. Presa a uma fantasia milagrosa, num espaço oco, pequeno e superficial. Tão fino quanto uma folha de papel. Meu movimento não é sagaz, nem disruptivo... é mais do mesmo. É uma repetição de conjuntos infelizes e sem significado algum. E o que sempre me matou foi não ter sentido ou propósito. A realidade foi ver o que existia dentro de fato deste casulo. Nada mais que peças sem conjuntos, sem complemento. Seria como um lego que não se encaixa em mais nenhuma parte. E eles tão jogados no chão, com suas disparidades que não grudam em nada. Não servem para nada além de ocuparem esse espaço pequeno e machucarem os pés. Tão trucidante quanto pisar em cascas de ovos quebrados. Em vidros dilacerados pela raiva. Me fragmentei em pequenos pedaços de nada. De nada me serve a ansia, de nada me serve o conhecimento, de nada me serve a máscara que usei. Tudo está no caos. Quebrado e disparado como um cristal sem recuperação. A borbuleta saiu do casulo e morreu. Morreu em