Fale dele para mim


Tenho uma teoria para nós dois.
Eles não se entendem, dizia a mãe chorosa vendo o choro quieto de sua filha ansiosa, mimada, destruidora, vítima e intensa. "Mas por que ele foi embora mãe?". Para manter os laços estreitos, para não mergulhar, para não viver e por causa do medo. A mãe dizia, sabendo que no fundo, a realidade era o não querer. Era o fato consumado da não aceitação com a negação. Com o não! Enfim não soube. Talvez suas visões estreitas, seus conceitos tão certos, tua jornada encaminhada tenha me parecido, em algum momento, que seria mais um só dia numa cidade.
Um só dia no mar, um só dia na cachoeira, um só dia no todo que é amar. Mas sabe... A minha teoria é diferente. Juro que tentei... eu juro... Te ver de outra forma, ser agradável, dar o seus espaços, o seu momento só e sua carniça pedinte pelo meu corpo. Tu não assume que aquilo era mais pra mim do que pra você? Pois é...
E o real sentimento é que eu pude ser, fazer, viver o que tinha. Fui eu, me fiz ser, a cada instante, o que tinha dentro, fora... mergulhou nas minhas entranhas, nas minhas vestes, na minha pele o que tinha de real e de mais puro.
Mas eu tenho uma nova teoria... Pense numa colcha, cheia de camadas, onde o seu interior é uma pérola, mas para que chegue até a pérola deve se fazer uma limpeza. Eu não vi seus defeitos, vi suas condições. Me adaptei. Vi seu jeito, aceitei como um novo ar. Senti seu rancor, senti sua raiva, sua paixão, suas mágoas. E não viu o mesmo... não de uma maneira clara. Sei que até tentou, mas algo dominou talvez a sua concepção do que é verdade no amor.
Mas sabe? Amor não tem teoria. Não tem muitos porque, ele apenas se forma de uma maneira. E o que eu plantei foi o mais puro sentimento de permitir você aprender, de você ser mais, ser livre, ser só você. Pratica, eu me inspirei, pois é nisso que acredito. Nas amizades sinceras, nos sorrisos soltos e principalmente, acredito em uma verdade não muito boa para ser vista, colocada a mesa e limpa. Como um cristal.
Não vou dizer, que sou a melhor pessoa do mundo. Nunca fui, mas senti um punhal no meu peito. Na minha confiança e no meu prazer. Vinda de você. Atingida! Era isso?
...
Antes era mais desejoso pelos corpos quentes e suas conexões que não sabemos (ainda) de onde é. Mas talvez seja melhor até não saber. Eu vi, eu imaginei uma coisa mais pura. Sem amarras, sem cascas. Você as tenta empurrar para baixo, tenta manter numa formalidade de contratos, numa formalidade de não sentimentos. Eu sei o que eu senti!
Onde seria reciproco o sentimento, seja qual for ele, mas que fosse bom. Que fosse doido, louco, mas que fosse sentido. Porém, também aprendi. Também chorei, também vivi, também me magoei, também segui... Essa sou eu. Sigo, mudo, transpareço, endoideço, faço birra, sou atrapalhada, sou bruxa. Não nego. Não finjo o que não existe. Não sou atriz... até tentei, mas a minha intensidade me entrega. Me mata. Você me enlouquece!!
Intensidade... Ela que me levou até você e foi ela que também te afastou. Não pude fazer você ficar, com uma boa lembrança de mim... o pior é nem saber por que. Mas que seja... sou um jardim cheios de rosas espinhentas com odores suspeitos. Eu planto fogo, rego ar, respiro água, incendeio a terra! Sei a verdade... a minha!
Achei que via algo parecido... Naquele momento em que eu te via completamente despido de qualquer verdade. De qualquer conceito ou achismos. É, né?! Você disse que não queria. Você disse que não era nada. Nada.
Que seja... assumo meu caos em relação ao seu sexo. Ao seu toque, ao seu olhar, ao seu sorriso... a tudo que preenche você de uma maneira única. Cheia de buracos, de machucadas, mas lindas e onde eu também me vi refletida ali.
Eu quis, a como eu quis te enviar algo melhor. Talvez um certo carinho... talvez mais compreensão. Talvez... Mas sabe... o amor não tem talvez. E o medo nos cega, nos enfrenta e nos coloca no chão. Eu estive lá... vendo você do alto. Pedindo por socorro, pedindo pelo seu apelo. Te magoei. Sinto muito, mas agora eu vou seguir. Não irei mais ser refém dos seus encantos e da sensação que me dá quanto estamos lá.

(Tive um sonho, onde você se afogava. Vi ali, na minha concepção, que meus sentimentos por você tinham ido para um lugar onde não irei mais encontrar. Na real... ele não quer mais existir).

Lembrança. Nada mais!
"Chega! Acabou! Acorda menina!", dizia a mãe. Arrependida por não ter aviso antes a filha, que o amor as vezes dói.



Não deu para segurar, nem deu
(Nem deu mais)
Nem deu para evitar os eus
(O que deu foi)
Não deu para segurar, nem deu
(Nem deu mais)
Nem deu para evitar dizer
(O que deu foi)

O que deu foi...
(O que deu foi)

O que me foi
Foi você
E eu
Fui até o ponto que eu
Achei que deu

Cá eu
Fui até o ponto que deu
Que achei que deu

Cá eu
Fui até o ponto que deu
Que achei que deu

Cá eu
Fui até o ponto

Nossa, como a gente encaixa gostoso aqui
Nossa, como a gente encaixa gostoso aqui
Nossa, como a gente encaixa gostoso aqui
Nossa, como a gente... Ai

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