O homem comum

Malograda na vida e nas minhas próprias escolhas como tal. Incapaz de ver além do que eu mesma me tornei e me fiz até então. Que caos poderia ser evitado se não estivesse cheia de culpas e incapaz de ver a realidade como ela é. Tão frágil a ponto de não saturar a si mesma e a velha conduta do realizar.
Fazendo as coisas por determinada condução... nunca pelo fato da coragem de apenas falhar e não pertencer. Vivendo em constante busca por algo que nunca encontrei em mim mesma. Destruída com as minhas próprias ambições infantis e ingênuas da vida, acreditando fielmente que ali estariam as minhas ânsias e vontades de levantar e sobreviver.

Diante de uma força tão destruidora que me faz ver o quanto sou mesquinha, o quanto sou egoísta e o quanto não consigo rever esta ideia sobre mim. E que com os anos passando, me vejo não tão boa filha, não tão boa pessoa e muito menos não tão bom ser humano. E por que deveria me chocar?
O viés do meu auto engano chegou até mim de forma a trucidar cada sonho e expectativa. Essa é a vida, não é? Esse é o lembrete de que somos nada a partir de quase tudo. E por mais esforços que façamos em torno daquilo que achamos que vivemos e queremos, teremos a cruel verdade de que não somos tão importantes ou até mesmo tão aceitos assim.

A grandiosidade de um ser poderia ser algo para além daquilo que não poderia oferecer.

E as desculpas em torno de cada fracasso fosse voltar para um lugar onde não teria a responsabilidade de enxergar que falhei. Falhei em viver a vida como ela é. Por sonhar com filmes, desenhos e fantasiar a realidade da maneira que ela não é.
Mas viver em mim foi um caos de aceitar as minhas frustações e descobrir que minhas ambições são tão pequenas e tão frágeis que não pude continuar a seguir... Pois, nem eu mesma acreditei na minha própria história. De papel de senhora vítima das cirscustâncias e aquela que atoa vira o ser bicho porque não aguenta o fardo de suas próprias capacidades e habilidades.

Por mim dizer, que o que me constrói foi assim feito a base de entender que aqui estou vivendo como uma adulta funcional e cheia de problemas. Sem saber o que realmente sou, ou encontrar uma solução menos dolorosa. Incapacitada, por auto julgamento, para me tornar um mártir da minha própria história. E sem reconhecer a dor de cada calo que me apertou ao longo da vida, era sobre eu mesma me enxergar como aquele machucado gigante que se esperneia a qualquer ato de movimento.

Cercada pelos meus próprios medos e infeliz por não saber onde começar. E por que afinal, me sentindo tão devastada a entender que o resultado e as reações dependem de mim?

Que somos nós que contamos a nossa própria história. E na jornada do herói, eu fui a que falhou. Eu fui a que chegou em último lugar. Eu perdi. Eu fracassei no ato de viver a vida com integridade. Faltei comigo mesma, faltei com todos os outros. Não por não acreditar, como pensava no ínicio, mas sim por não ter forças o suficiente para lidar.

Agora vendo a realidade do meu auto engano, me percebi só mais uma. Aquela que deixou talvez um rastro de pouca relevância. De pouca diferença e isso mata a gente por dentro, né? O nosso querer muitas vezes é tão absurdo que esquecemos de nos visualizar como meros imperfeitos diante do que a vida tem e pode oferecer.

Agarrada ao caos que sempre vivi dentro da minha mente. Lá me tornei a própria vítima de mim mesma. Sugadora e destruidora de mim mesma. Diante de uma máscara leve como uma pena e que no primeiro momento se foi por conta de uma leve brisa.

Que tragédia poderia ser, não é? Quem sabe assim poderia escrever a minha auto biografia como a vítima. Mas não sou, e talvez, esse enredo deva ser transformado para além das falhas e motivações.

Que encontre a cada passo, um gesto de mim mesma para que eu tenha a coragem de enfrentar aquilo que é e o que não é. E que nessa vida ordinária, eu possa também me dar o simples desejo de ser mais uma. 

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