Perfeita e imperfeita ordem

Há dias que queria o mundo
Outros que queria só um pouco
Aquele velho disco
Aquele mar indo e vindo
Há dias que queria mais
O suor da dança
A cadeira de praia que balança
E os detalhes infinitos do seu cais

Há dias que queria a paz
Fui procurar no amor
Que nele não tinha tremor
Então vi que não era capaz

Há dias que pude ter aquilo tudo
E com receio do custo
Do medo da dor e do percurso
Fiz promessa pro absurdo
Há dias que sonhei em ter
E vi que não era aqui
A ansia do meu ser

Há dias que busquei a paz
Mas na verdade ela não era algo que vinha de trás

Há dias que tenho coragem
Escrevi nos cadernos a necessidade
Tentei mudar a minha abordagem
Mas ai, então, vi que já era tarde

Há dias que sonho com a mais plena luz
Alegre de permitir, de manter, de aceitar
Agradecer a cada minuto que me conduz

Há dias que sonho com as sombras
E nelas encontro ainda mais sobre ser
Ainda mais sobre reconhecer
Ainda mais sobre entender
Ainda mais sobre compreender

Há dias que o café amarga a alma
E neles a solidão me afasta
Me obrigada a olhar com calma
O que minha mente não aceita na raça

Onde há os dias mais lindos e mais tenebrosos?

Todas as confusões, resoluções e complexidades juntas

Formando todos os elementos em mais perfeita e imperfeita ordem
Dançando com a arte, com a alegria e com a vontade
Permitindo também a sabedoria da idade
Encanta o ódio e também o aprender
Encanta o amor e também o dizer

As ideias se abrem e nunca mais voltam a ser
Abra a concepção a ti, num mundo completo de si

O coração, o mar, a simplicidade, as palavras, o sentir
Eles são tão verdadeiros quando não estão aqui

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