A fé está na estante

Maremoto de emoções. Ondas gigantes quebrando sob um céu cinza de tempestade, repleto de trovões que ecoam dentro de mim. Poderia acolher essas nuvens como parte do meu ser — pensamentos caóticos, disrupções sociais mal resolvidas. Mas por quê? Por que deveria acreditar nisso? Por que deveria me importar? No reflexo do espelho, vejo uma caça. Há algo feroz no fundo dos meus olhos, uma tormenta prestes a explodir. O tsunami me roubou o fôlego antes que eu pudesse compreender. Quanto tempo faz que não amo? Quanto tempo faz que não sinto? Onde se perdeu essa parte de mim? Tornei-me o poço vazio que tanto temia? Nada mais existe aqui dentro? O vazio voltou. Imenso, opressor. Um soco no estômago, trazendo perguntas que me invadem sem permissão. Sobre a vida. Sobre minha insignificância, minha arrogância disfarçada de autocontrole. O medo escondido atrás de cada resposta que finjo encontrar. Eu gostaria de mais uma dose, por favor. Só mais um golpe na autoestima, só mais um passo rumo à des...