Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2025

A fé está na estante

Imagem
Maremoto de emoções. Ondas gigantes quebrando sob um céu cinza de tempestade, repleto de trovões que ecoam dentro de mim. Poderia acolher essas nuvens como parte do meu ser — pensamentos caóticos, disrupções sociais mal resolvidas. Mas por quê? Por que deveria acreditar nisso? Por que deveria me importar? No reflexo do espelho, vejo uma caça. Há algo feroz no fundo dos meus olhos, uma tormenta prestes a explodir. O tsunami me roubou o fôlego antes que eu pudesse compreender. Quanto tempo faz que não amo? Quanto tempo faz que não sinto? Onde se perdeu essa parte de mim? Tornei-me o poço vazio que tanto temia? Nada mais existe aqui dentro? O vazio voltou. Imenso, opressor. Um soco no estômago, trazendo perguntas que me invadem sem permissão. Sobre a vida. Sobre minha insignificância, minha arrogância disfarçada de autocontrole. O medo escondido atrás de cada resposta que finjo encontrar. Eu gostaria de mais uma dose, por favor. Só mais um golpe na autoestima, só mais um passo rumo à des...

Ainda há algo mais

Imagem
Sob a pele frágil de uma infância perdida, há feridas tão profundas que nem os olhos podem ver. Um eco de gritos e tapas ressoa nos corredores escuros do tempo, enquanto vidas escorrem como areia, escavadas pela negligência de mãos que deveriam ter sido ternas. É uma dança cruel, onde o amor deveria ser maestro, mas a melodia foi distorcida por notas de descuido. Queria poder tocar essas feridas e transformá-las em cicatrizes invisíveis, tanto nas crianças de ontem quanto na criança que ainda pulsa em mim. Carregamos nossas dores como pedras em um poço sem fundo, empilhando-as até que se tornem parte de quem somos. Crescemos, então, sob o peso delas, arquitetando ilusões de controle, acreditando em promessas de um amanhã mais brando. Mas, no fundo, somos alquimistas sombrios, destilando nossos próprios venenos, fabricando cenários que nos consomem pouco a pouco. A autoestima, nunca plantada no solo fértil da infância, é moldada pelo fogo do instinto de sobrevivência. Vestimos armaduras...