Café em xícara de chá

Ela gostava de tomar café em xícaras de chá. Se satisfazia com um dia de sol e sua possibilidade de ver as folhas caindo da árvore. Sabia que no fundo, as coisas estavam certas, pois o teu coração vibrava com a chance de ser e realizar. Ver as coisas vindo até você como a literal natureza. E os seus ciclos.
Ela sentava com seu café e conversava com os preto veio que vinha sempre dar uma palavra de luz e sabedoria para aqueles tempos tão confusos. Apesar de ser tudo novo, a mania de querer controlar pequenas coisas é o que nos afasta das boas surpresas da vida. É o que nos limita a mente. Que é limitante, que não consegue ter todas as respostas do mundo. E para que precisaria?
Para que saber de cada passo, de cada rotina, de cada aprendizado? Para que se ansiar por algo que nem foi, nem é? Para que se descontrolar por meros achismos e certezas que não existem? Aqui ela jazia sua simplicidade em coisas mais pequenas. Olhar as plantas, ter um dia com os gatos, comer pão na chapa e depois preparar seus lençóis para lavar. 
Sentir o toque de cada material em sua mão e ao entorno. E sentir as energias como minhas e delas. Como se fossemos um só. E a natureza das energias é tão fascinante. Tão incrivelmente simples. Sem muitos argumentos ou justificativas, que insistimos ser algo importante e seguro para nós. Mas de fato, só nos prende a concepções de crenças que nem nossas são. 
Ela gostava de sentir os cheiros ao seu redor. Sentia arruda, hortelã, flores, cheiro do calor. Sentia o cheiro de mata molhada e se molhava por inteiro. Sentia cada gosto amargo e reconhecia teu breu. Aquelas pequenas coisas que são minúsculas aos olhos, que são aparentes ao sentir.
Por que não gostar? Não gostar da naturalidade do ser? E apenas ser? Sentir e não tentar corromper o nascer, morrer, e renascer novamente? 
Seria mais fácil se soubessemos de tudo? Seria interessante não termos boas surpresas da vida e EXPERENCIAR tudo de melhor que ela pode doar?
Ela gostava de tomar banho e se teletransportar para uma cachoeira cheia de água. E lá, era como a realidade. Como algo palpável, como algo real. Parecia um verdadeiro sonho. Neste sonho as coisas eram maravilhosas... e as rosas me levavam até você. Até o amor infinito que é só ser.

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