Fantasia e delírio

Fumei todos os meus cigarros hoje. Vinte para cada não que recebi de você. Foram mais, aposto. Mas foram todos como um pedaço de brasa queimada. De tortura para o pulmão. Mas a gente vê que as entranhas de meu nariz entram cada vez mais ar. 
Sou esse gelo disfarçado. Sigo o tempo. Quando ele esfria, esfrio junto. Quando ele esquenta, sou fogo natural. E o seu fogo me dava vida até no inverno. Me dava ansia de ser, de fazer, de viver. Diferente. Aquilo que a paixão vinda não pede para ficar. Ela só vem e passa. E o vício não passou.
Talvez o meu diagnostico seja contemplar algo que nunca será. E a falta de controle me fascina, me tira do eixo. Me faz querer mais e mais. Pois, é disso que se trata toda essa dualidade, né!? Brincar na ilusão e na realidade.
Mas brincar com sentimento é muito arriscado. Eu perdi. Me perdi neste jogo. Me perdi em querer. Me perdi de tudo que considerava ser meu. Perdi tudo que me segurava, pois era ali, juntos que crua carcaça nunca existiu. Que era aqueles momentos que tinhamos que fazia completamente toda a diferença para as certezas e incertezas. E por que? Porque não existia nada. Só uma fantasia.
E a fantasia é meu delírio pessoal. A realidade me cansa. A realidade me deixa enjoada, ansiosa, confusa. A realidade de conceitos e acertos me deixa cagar pra toda merda que realmente importa. Ou não também... porque é relativo. 
A brisa do seu cheiro passou... sinto falta dela. Sinto falta de pequenos gestos de bondade que vinha em pequenos detalhes. Mas meu mal agouro e apego fizeram você ir. E foda-se, porque eu tenho uma mania de querer aquilo que não é concreto. O delírio me parece mais fascinante do que a verdade da realidade... Do que os dias mortos e mesmos.
Cansa viver nesta realidade. Cansa não poder delirar e viajar em cada pedaço. E imaginar que se tudo fosse perfeito, como sonhamos, a vida seria uma boa com você. Mas a fantasia só existe aqui... nestes textos e pensamentos jogados. Ela nunca foi real.
E o que antes me deixava em pane por não aceitar, hoje eu só aceito. Porque era isso que de certa forma me dava vontade... Esse delírio louco de te amar. Mas ver todos os pedaços jogados aos meus pés como se nada fossem... E nada foi? Nada é. E tudo é. 
A gente se esconde do que sente por medo de saber realmente que aquilo nada mais passa do que um delírio emocional pronto para destruir cada pedaço do meu coração. Mas aceitei, pois era ali que queria ficar... em cada delírio meu... Que eu inventei, que eu criei. E dentro das minhas fantasias você sempre foi o melhor. Mas o melhor para mim! 
Nas minhas viagens sempre via você. Não porque queria, mas sim, porque era mais fácil do que aguentar o peso da realidade de não ter nada daquilo. Viver as vezes cansa. O fardo carregado de angústias e responsabilidades. Nunca gostei de tê-las, mas foram elas que me ensinaram a crescer. Viver na realidade de que você nunca me amou, era doloroso demais para entender. Era mais fácil continuar na fantasia.

E agora meu coração só chora, na dor da rejeição e da cruel realidade. Que pesa, machuca, mas que quando libera... descasa! Talvez seja hora de parar de sonhar...

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